O que é o Locomô?

Locomô é o Grupo de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Espacialidade da Universidade Federal do Ceará – campus Quixadá sob coordenação do professor Paulo Victor Sousa.

No Locomô, estudamos tecnologias, práticas sociais e abordagens teóricas ligadas ao espaço, às cidades e às mídias digitais, num cruzamento de percepções que perpassam o design, a comunicação social, a arquitetura, a computação e as ciências sociais num todo.

De onde vem o nome?

Locomô não é sigla nem abreviação. Locomô é o encontro de termos como locomoção, mobilidade, comunicação e computação.

O Locomô parte da constatação de que os computadores (e sua consequente capacidade de processamento) mais e mais se miniaturizam e se espraiam em espaços e objetos banais. A isso, em geral, dá-se o nome de computação ubíqua (ubicomp) e internet das coisas (IoT). Cada vez menos precisamos ou queremos computadores nos formatos tradicionais (desktop, laptop). Ao passo que o smartphone substituiu o computador em seu modelo usual, o encontro da mobilidade, da comunicação e da computação em pontos de diálogo específicos trazem novas perspectivas de atuação para campos como arquitetura, design (gráfico, de produtos, de serviços ou de interfaces) e engenharias diversas.

Essa não é uma questão meramente estética ou funcional. Essa transformação técnica implica em transformações sociais – nas práticas cotidianas, no modo de pensar, nos processos de interação entre as pessoas e das pessoas com os objetos. Se somos animais técnicos, e se só somos humanos por essa condição, parece-nos lógico e apropriado pensar essa dimensão técnica/tecnológica diante de novos fenômenos que atualizam o contemporâneo.

Desse modo, no Locomô estudamos questões fundamentalmente relacionados ao espaço, à cidade e à cultura urbana, tendo como ponto de atenção o uso de tecnologias digitais a partir de perspectivas baseadas especialmente nos estudos em Comunicação e Design. Tópicos que permeiam nossa atuação passam por Smart Cities, Big Data, Internet of Things (IoT), computação pervasiva, mídias locativas e redes sociais baseadas em localização. Esse núcleo de tópicos sugere algumas superações:

  1. superamos a ideia típica dos anos 1990 em que virtualidade e realidade se contrapunham (quando nunca deveriam ter sido tratadas antagônicas ou apartadas). Isso, na verdade, já se encontra amplamente ultrapassado.
  2. superamos a ideia de que o computador precisa ser uma “caixa” alocada num canto da sala ou mesmo um notebook portátil, que ainda tem suas constrições relativas a tamanho, peso, duração de bateria etc., o que também já foi largamente ultrapassado.
  3. avançamos na ideia de que espacialidade e tecnologias digitais transformam-se mutuamente na medida em que entram em diálogo. Dito de outro modo, o espaço influencia na atuação de software e hardware, enquanto estes também implicam em formatações daquele.
  4. avançamos na ideia de que as cidades do futuro (e, consequentemente, baseadas no presente) estarão permeadas de sensores, processadores, redes sem fio e processos baseados em inteligência artificial e computação em nuvem. Assim, serviços públicos ou privados, medidas de bem-estar social, análises de dados e ações empíricas rotineiras precisarão estar atreladas a dados digitais.
  5. avançamos na ideia de que novas concepções de individualidade, subjetividade, privacidade, coletividade e interação social passarão (e já passam) por modificações diante de novas condições sociotécnicas já em vias de desenvolvimento, expansão e adoção.

Juntas, essas superações abstratas nos levam a outros pontos de superação mais específicos, tais como:

  • a atuação do design não pode estar delimitada a interfaces gráficas (user graphic interfaces – GUI), ao projeto de produtos físicos massivos ou a materiais impressos, simplesmente. Os objetos do design precisam ser se atualizar para o digital, mas o digital não pode se limitar a telas.
  • a arquitetura não pode estar atrelada simplesmente ao desenho de fachadas, interiores ou que tais. Novas tecnologias trazem novas práticas e novas dimensões estéticas. Assim como os objetos do design, os objetos da arquitetura precisam incorporar a digitalização, não apenas no sentido projetual mas fundamentalmente nas práticas cotidianas, nos modos de sentir, na fruição de seus objetos.
  • a engenharia (em suas diversas facetas) também precisa estar atenta ao digital, também não apenas no sentido produtivo mas, principalmente, no sentido do uso e das atribuições funcionais. E digital, nesse caso, não se limita a ser eletrônico.
  • a comunicação não pode estar atuante apenas na troca de mensagens, nos critérios de noticiabilidade, nas técnicas de persuasão publicitária ou na produção e organização para redes sociais. O digital aqui também incorpora modos de ser em rede e também ligado às dimensões tecnológicas do dia a dia.

Projetos

No Locomô, também buscamos desenvolver projetos de pesquisa, extensão e de expressão artística envolvendo mídias locativas, mapas online e placas microcontroladoras, como Arduino. Confira algumas de nossas realizações ou veja quem faz parte do grupo.

Link do Diretório Geral dos Grupos de Pesquisa (DGP):
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/250223